Tênis americano dividido: mulheres brilham enquanto homens ainda buscam glória em Grand Slams

Posted : 01 July 2025

O torneio de Wimbledon 2025 mais uma vez evidencia o contraste nas campanhas do tênis americano entre os gêneros. Enquanto o feminino segue demonstrando força, profundidade e títulos importantes, o masculino continua a enfrentar uma longa seca nos torneios de Grand Slam — nenhum tenista dos Estados Unidos conquista um título de simples desde Andy Roddick no US Open de 2003.

Nesta temporada, Madison Keys conquistou seu primeiro título de Grand Slam ao vencer o Aberto da Austrália, enquanto Coco Gauff ampliou o domínio feminino americano ao levantar o troféu de Roland Garros. Essas conquistas sinalizam um renascimento do tênis americano — ao menos no circuito feminino. Em contrapartida, os homens continuam sua busca por um título que quebre um jejum de mais de duas décadas.

Wimbledon conta com a maior delegação americana entre os países, com 35 representantes nas chaves de simples — 19 mulheres e 16 homens. Para muitos jovens nomes, como Learner Tien e Alex Michelsen, o último título de Roddick é mais uma lembrança distante do que uma referência viva.

O cabeça de chave número cinco, Taylor Fritz, chegou a Wimbledon embalado após vencer seu quarto título em Eastbourne. Com cinco conquistas na grama — atrás apenas de Novak Djokovic entre os jogadores em atividade —, Fritz era visto como o principal nome masculino dos EUA. No entanto, sua estreia mostrou como essa esperança ainda é frágil.

Enfrentando o francês Giovanni Mpetshi Perricard, Fritz esteve perto da eliminação. Mesmo sem ter o saque quebrado e com set points nos dois primeiros sets, perdeu ambos em tie-breaks. Conseguiu reagir, vencendo os dois sets seguintes, mas o jogo foi suspenso antes do quinto set por conta do toque de recolher às 23h no torneio.

Outros americanos tiveram desempenhos variados. Frances Tiafoe, Tien, Jenson Brooksby e Ethan Quinn avançaram à segunda rodada, enquanto Brandon Holt, Mackenzie McDonald e Nishesh Basavareddy foram eliminados em uma abertura de torneio marcada por calor intenso, com temperaturas acima dos 32 °C. Mais atletas dos EUA entrariam em quadra na terça-feira.

No feminino, as americanas continuam dominando com autoridade. Madison Keys liderou um grupo de quatro jogadoras que avançaram à segunda rodada após uma vitória difícil contra Elena-Gabriela Ruse. Amanda Anisimova aplicou uma das vitórias mais expressivas do dia, superando Yulia Putintseva por 6-0, 6-0. Ann Li e Ashlyn Krueger também venceram com autoridade, enquanto Coco Gauff, campeã de Roland Garros, estava programada para estrear na terça.

Ao comentar o desequilíbrio entre homens e mulheres, Madison Keys destacou o desempenho consistente das americanas em Grand Slams nas últimas duas décadas — com 25 títulos no período, sendo 19 conquistados pelas irmãs Williams. “Acho que as mulheres americanas têm inspirado os homens há bastante tempo,” afirmou Keys, indicando que as jogadoras têm sido referência no cenário do tênis nacional.

Frances Tiafoe, um dos principais nomes do circuito masculino dos EUA, se mostrou otimista quanto ao futuro. Ele citou as semifinais alcançadas por ele próprio, Ben Shelton e Tommy Paul, além da final de Fritz no US Open 2024. “Sinto que estamos cada vez mais perto. Estamos nos colocando em boas posições — vamos chegar lá,” declarou.

Tênis americano dividido: mulheres brilham enquanto homens ainda buscam glória em Grand Slams

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