Enquanto as maiores estrelas do tênis disputam a glória em Wimbledon, o britânico Adam Jones, de 27 anos, desempenha um papel crucial nos bastidores - imitando os adversários nos treinos dos tenistas. Ranking modesto (1.513º em simples e 619º em duplas) não impede que Jones seja o parceiro de treino confiável de semifinalistas como Novak Djokovic, Carlos Alcaraz, Amanda Anisimova e Belinda Bencic neste torneio.
Seu trabalho? Reproduzir o estilo de jogo do próximo oponente de cada estrela. Antes de Alcaraz enfrentar Jan-Lennard Struff, por exemplo, Jones bombardeou o espanhol com saques potentes dentro da linha de base, simulando o jogo do alemão. "É um ótimo trabalho e uma forma divertida de ganhar dinheiro", contou Jones à BBC nos courts de treino de Wimbledon.
A Vida Dura no Circuito Futures
Para Jones, trabalhar em Wimbledon é um mundo distante de sua realidade habitual no circuito ITF Futures - o nível mais baixo do tênis profissional. Viajando pelo mundo com orçamento mínimo, já dormiu em barraca apertada em campo de golfe, dividiu alojamentos superlotados com 15 jogadores e até passou seis horas no banheiro de um trem para economizar.
"As finanças são absolutamente brutais", admitiu. "Se você perde nas qualificatórias, não ganha nada. Há poucas semanas, ganhei US$37 e nem consegui pagar um hotel de US$150 a noite." Apesar da imagem glamourosa do tênis, Jones revela que a realidade para jogadores de ranking baixo está longe do luxo.
De Sparring Partner a Acompanhante de Estrela
Jones começou como parceiro de treino em Wimbledon em 2022 e retornou em 2023. No ano passado, foi contratado em tempo integral pela croata Donna Vekic, viajando com sua equipe por seis meses e conhecendo hotéis cinco estrelas. Mesmo assim, sentiu falta dos desafios crus do circuito Futures. "Queria voltar para a selva e os buracos", disse. "Você precisa lembrar da luta."
Após Wimbledon, Jones retornará aos EUA para torneios Futures em Illinois, visando subir no ranking de duplas e eventualmente chegar ao circuito ATP Challenger. "Ano que vem quero voltar a Wimbledon - para jogar em duplas", afirmou. "Esse é o objetivo."
Mudança no Misto do US Open Gera Revolta
Os recém-campeões de Wimbledon em duplas mistas, Sem Verbeek e Katerina Siniakova, criticaram a decisão do US Open de reformular o evento, agendando-o antes do torneio principal para atrair tenistas de simples.
A mudança exclui especialistas em duplas como Verbeek e Siniakova. "É uma pena", disse Siniakova, nº1 do mundo em duplas femininas. "Estão tirando oportunidades dos jogadores de duplas." Verbeek completou: "Como atletas que adoraríamos jogar, é decepcionante. Parte meu coração."
Enquanto isso, o britânico Joe Salisbury perdeu a chance de seu primeiro título em Wimbledon, caindo na final do misto com Luisa Stefani. Apesar de sucessos em outros majors, Wimbledon segue sendo o troféu que lhe escapa.
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