Rory McIlroy demonstrou grande satisfação com seu desempenho no Open da Escócia, onde terminou empatado em segundo lugar atrás do americano Chris Gotterup. Esse resultado sólido reforça a confiança do norte-irlandês enquanto ele se prepara para o Open Britânico desta semana, que será disputado em Royal Portrush. McIlroy buscava se tornar o primeiro jogador a vencer o Masters e o Open da Escócia na mesma temporada, mas ficou a apenas duas tacadas do título no Renaissance Club. Ainda assim, ele vê sua forma atual como um indicativo positivo antes do último major do ano.
O jogador de 36 anos admitiu que manter a motivação após conquistar o Grand Slam da carreira em Augusta foi mais difícil do que esperava. No entanto, sua performance consistente em North Berwick, com controle preciso dos golpes e regularidade no fim de semana, renovou seu foco. “Estou muito satisfeito com o nível do meu jogo no momento”, disse McIlroy aos jornalistas. “Estou indo para Portrush esta noite e mal posso esperar para pisar no campo amanhã e concentrar toda minha atenção no Open.”
O retorno de Royal Portrush como sede do Open Britânico representa um marco simbólico na trajetória extraordinária do golfe irlandês. Em 2002, Padraig Harrington ficou a uma tacada de disputar o play-off em Muirfield — à época, mais uma oportunidade perdida para os golfistas da Irlanda. No entanto, o que veio depois foi um período de sucesso inesperado: desde 2007, golfistas da ilha da Irlanda conquistaram 11 títulos de majors, com Harrington liderando o caminho com três conquistas.
Aos 53 anos, Harrington continua sendo uma figura influente no esporte e recentemente venceu seu segundo US Senior Open. Relembrando sua carreira, ele afirma que a crença de que poderia vencer majors surgiu de forma natural. “Eu não tinha o swing mais bonito”, admitiu, “mas não sabia que não era suposto ganhar. Isso me fez seguir em frente.” Seu sucesso inspirou colegas e jovens jogadores. Graeme McDowell e Rory McIlroy venceram o US Open em 2010 e 2011, respectivamente, e Darren Clarke triunfou no Open em 2011. McIlroy ainda conquistou mais três majors até 2014.
A realização do Open em Portrush em 2019 destacou ainda mais o crescimento do golfe irlandês. Após o sucesso do Irish Open no mesmo local em 2012, a R&A decidiu trazer o torneio de volta à Irlanda do Norte, depois de um hiato de 68 anos. O evento atraiu quase 280 mil espectadores, demonstrando o entusiasmo popular. Embora McIlroy tenha sido eliminado precocemente, Shane Lowry encantou os fãs ao vencer o torneio com seis tacadas de vantagem e conquistar a Claret Jug.
Para Harrington e McIlroy, Portrush é mais do que um campo de golfe — representa progresso. “Não é apenas um reflexo do golfe irlandês, mas do quanto a Irlanda do Norte evoluiu”, disse McIlroy. Harrington compartilhou esse sentimento, ressaltando o significado de sediar um major em uma região que antes parecia improvável devido a conflitos políticos.
A vitória de Lowry em 2019 foi considerada o ápice do retorno bem-sucedido de Portrush. Harrington lembrou que tudo — desde a logística até o entusiasmo do público — superou as expectativas. “Todos abraçaram o evento. A atmosfera foi incrível. Sabíamos que seria especial, mas foi ainda melhor do que esperávamos.”
Agora, o Open retorna à costa de Antrim apenas seis anos depois, sinal de que Portrush se consolidou como uma parte essencial da identidade do torneio. McIlroy, agora campeão do Masters e vestindo a tradicional jaqueta verde, volta a estar no centro das atenções. Harrington brincou dizendo que McIlroy poderia simplesmente “passear e acenar para o público”, já sendo considerado um campeão por muitos, independentemente do resultado desta semana. “Ele não precisa vencer este torneio”, completou, “porque certamente conquistará outros majors no futuro.”
Este período será lembrado como a era dourada do golfe irlandês. Com a possibilidade de o Open ser realizado futuramente em Portmarnock, na República da Irlanda, o esporte continua a romper barreiras. Harrington acredita que essa evolução representa uma abertura maior. “Não é o British Open — é The Open”, destacou. “Pertence a todos que amam o golfe.”
Mesmo que outro conto de fadas não se realize em Portrush esta semana, a ascensão do golfe irlandês já é uma das histórias mais impressionantes da era moderna do esporte.
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