A Cadillac está prestes a realizar sua tão aguardada estreia na Fórmula 1 em 2026, tornando-se a 11ª equipe do grid após um longo processo de aprovação de 764 dias. Com o apoio da General Motors e da TWG Global, a equipe americana entra na categoria com vastos recursos e grandes expectativas. No entanto, o chefe da equipe, Graeme Lowdon, é realista e admite abertamente que espera começar na parte de trás do grid.
Os testes de pré-temporada estão agendados para começar em Barcelona, no dia 26 de janeiro, com a primeira corrida da temporada marcada para 6 de março em Melbourne. A Cadillac enfrenta um cronograma apertado para deixar tudo pronto a tempo. Ainda não há pilotos oficialmente contratados, e os rumores continuam, mas o foco atual está na construção da infraestrutura e no desenvolvimento técnico.
Uma visita recente às instalações da Cadillac em Silverstone revelou um clima de confiança discreta, alimentado por investimentos significativos. A TWG Global, liderada pelo bilionário Mark Walter — que possui participações no LA Dodgers, Chelsea FC e está adquirindo uma fatia majoritária no LA Lakers —, traz força financeira ao projeto. Ainda assim, Lowdon enfatiza que a equipe não fará promessas vazias. “As ambições são ilimitadas, como devem ser”, afirmou. “Mas não verão essa equipe fazendo promessas exageradas.”
Apesar de a aprovação formal ter sido concedida apenas em março, muitos trabalhos fundamentais já estavam em andamento. Os testes no túnel de vento começaram em meados de 2023, e o primeiro assoalho do carro foi entregue em janeiro. Em maio, a equipe já havia realizado testes de proteção estrutural (roll hoop) e desenvolvido um protótipo de volante. “Já emitimos cerca de 6.000 desenhos e fabricamos 10.000 peças”, disse Lowdon. “Se você esperar pela aprovação para começar tudo isso, já é tarde demais.”
Inicialmente, a Cadillac usará unidades de potência da Ferrari, mas tem planos para desenvolver seus próprios motores no futuro. A operação está espalhada por ambos os lados do Atlântico, com sede em Indianápolis, instalações na Carolina do Norte e em Michigan, além de um centro de design e logística em Silverstone. A meta é chegar a 600 funcionários antes do início da temporada — dois terços da equipe já foram contratados, muitos vindos de outras escuderias da F1.
Ciente do tamanho do desafio, Lowdon compara sua experiência anterior com as equipes Virgin e Marussia, mas afirma que a abordagem da Cadillac é mais avançada. Ele se inspirou no projeto Apollo da NASA para organizar uma estrutura de gestão eficiente entre continentes. “É altamente inspirado no projeto Apollo... Ok, não estamos colocando um homem na Lua, mas às vezes parece que sim”, brincou.
Reconhecendo a competitividade da Fórmula 1, Lowdon mantém os pés no chão: “Você tem que assumir que qualquer equipe nova começará em último — se não, alguém ficará irritado. Estamos tentando ser o mais competitivos possível, mas sabemos o quão difícil isso é.”
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