Crescem os relatos de que a velocista nigeriana Favour Ofili entrou com um pedido formal para mudar sua nacionalidade esportiva e representar a Turquia em competições internacionais. De acordo com fontes próximas ao caso, Ofili já notificou oficialmente a Unidade de Integridade do Atletismo (AIU) sobre sua decisão, apontando anos de negligência e maus-tratos por parte da Federação Nigeriana de Atletismo (AFN) como o principal motivo da solicitação.
As frustrações de Ofili teriam origem em diversas falhas administrativas. Uma das mais marcantes foi a falha da AFN e da Comissão Antidoping da Nigéria (NADC) em realizar testes antidoping obrigatórios, o que resultou na exclusão dela e de outros 13 atletas nigerianos dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. Em outro episódio doloroso, a AFN e o Comitê Olímpico Nigeriano (NOC) não enviaram seu nome para a prova dos 100 metros femininos nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, tirando dela a chance de competir em um dos palcos mais importantes do esporte mundial.
Em sua petição à AIU, Ofili ressaltou que sua decisão não tem motivação financeira, mas é fruto de frustração profunda e desilusão com um sistema no qual ela um dia acreditou. A escolha evidencia um sentimento crescente de traição entre atletas nigerianos que se sentem abandonados, apesar de seus esforços para representar o país com orgulho.
Se o pedido for aceito, Favour Ofili terá que cumprir um período de carência de três anos antes de poder competir pela Turquia em torneios internacionais, conforme as regras da World Athletics sobre mudança de nacionalidade.
Até o momento, nenhuma confirmação oficial foi emitida pela AFN, pela Federação Turca de Atletismo ou pela própria World Athletics, e o perfil de Ofili ainda indica a Nigéria como seu país de representação.
Embora não confirmado, o caso reforça uma tendência preocupante. Se concretizada, a mudança de Ofili a colocará ao lado de uma lista crescente de atletas nigerianos que trocaram de bandeira. Um exemplo notório é o de Annette Nneka, que passou a representar os Estados Unidos e conquistou a medalha de prata no lançamento de martelo nos Jogos de Paris 2024 — uma decisão que se mostrou acertada após enfrentar problemas semelhantes com as autoridades esportivas nigerianas.
"Favour Ofili só errou ao acreditar que as coisas iriam melhorar. Mas, mais uma vez, ela foi deixada de lado", afirmou uma pessoa próxima da atleta.
O silêncio contínuo da Federação Nigeriana só aumentou as críticas e especulações, enquanto mais um talento promissor parece prestes a vestir as cores de outra nação — um reflexo claro das falhas estruturais no atletismo da Nigéria.
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