Em um marco importante para o futebol nigeriano e a inovação educacional, alunos da escola Whitesands, localizada em Lekki – Lagos, revelaram a primeira tecnologia de linha de gol desenvolvida localmente no país, baseada em ondas eletromagnéticas. A apresentação aconteceu durante a etapa nacional da Olimpíada Mundial de Robótica 2025, realizada no Oriental Hotel, Victoria Island – Lagos.
O projeto foi desenvolvido por cinco alunos do ensino médio: Chinonso Chimerucheya, Oko Chiem, Emokperuo Reginald, Oshiohie Williams e Okpala Michael. O objetivo foi criar uma solução acessível e confiável para identificar quando a bola ultrapassa completamente a linha do gol, especialmente em campos escolares e locais no contexto africano.
O sistema utiliza tecnologia RFID: um chip é inserido na bola, e sensores eletromagnéticos são instalados ao longo da linha do gol. Quando a bola cruza totalmente a linha, o sistema envia um sinal a uma pulseira vibratória usada pelo árbitro, indicando que o gol foi validado.
Diferente do VAR tradicional, que requer câmeras e equipamentos sofisticados, essa solução destaca-se por sua simplicidade, custo reduzido e rapidez. Além disso, elimina a necessidade de replays e reduz interrupções durante a partida.
"Essa ideia surgiu após uma polêmica em um jogo escolar, quando houve dúvida sobre se a bola entrou ou não", contou Chinonso Chimerucheya, aluno do terceiro ano. "O VAR é muito caro para escolas ou campos comunitários, então usamos RFID com componentes básicos para resolver o problema."
O protótipo já foi testado em partidas escolares, apresentando resultados consistentes. Segundo Emokperuo Reginald, o sistema pode ser expandido no futuro para detectar lances como laterais ou saídas de bola.
O treinador do time, Chinedu Ernest, destacou que os próprios alunos tomaram a iniciativa de aplicar seus conhecimentos em uma situação real.
“A pulseira vibra em vez de emitir som, o que é mais eficiente em estádios barulhentos. É uma solução que pode reduzir erros de arbitragem e ser facilmente aplicada em todo o país”, explicou.
O projeto foi inscrito na categoria “Esportes Robóticos”, com apoio da Arc Lights Foundation (ALF), uma organização sem fins lucrativos que promove a educação STEM na Nigéria e em Gana. A diretora da ALF, Sra. Abisola Obasanya, elogiou a iniciativa, afirmando que é um exemplo de como o aprendizado pode ser convertido em inovação prática.
Barry Josiah, coordenador do clube de robótica e inteligência artificial da escola, também parabenizou os alunos:
“Eles conseguiram montar um sistema funcional de sensores para um campo de futebol em escala real – um feito raro para a idade deles.”
O comissário de educação básica do estado de Lagos, Jamiu Kolade Alli-Balogun, visitou o estande dos alunos e elogiou a inovação como um reflexo promissor do futuro da tecnologia no país:
“Isso é excelência pura. Esses jovens merecem reconhecimento nacional.”
Além do projeto da Whitesands, a escola Bright Sun, de Ikeja, apresentou um jogo de tênis robótico na mesma categoria. Ao todo, 44 escolas de todo o país participaram da edição 2025 da Olimpíada Mundial de Robótica, apresentando soluções tecnológicas criativas.
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