A seleção feminina da Espanha chega à Euro 2025 com uma missão clara: conquistar o primeiro título europeu de sua história. Embalada pelo título da Copa do Mundo de 2023 e com um elenco recheado de estrelas — muitas delas jogadoras do FC Barcelona —, "La Roja" é uma das grandes favoritas ao troféu na competição que será disputada na Suíça. A recente vitória sobre a atual campeã europeia, a Inglaterra, na final da Liga das Nações, reforça ainda mais esse favoritismo.
No entanto, o principal ponto de interrogação gira em torno de Aitana Bonmatí, bicampeã da Bola de Ouro e peça-chave do meio-campo comandado por Montse Tomé. Bonmatí foi recentemente hospitalizada com meningite viral e, apesar de já ter recebido alta, sua participação no torneio segue indefinida. “Ela é uma jogadora muito importante para nós. Vamos esperá-la o máximo possível”, afirmou a treinadora.
A convocação também causou polêmica pela ausência da atacante Jenni Hermoso, maior artilheira da história da seleção espanhola. Mesmo em boa fase no clube mexicano Tigres e presente em todas as partidas das eliminatórias da Euro, Hermoso ficou fora da lista. Oficialmente, a decisão foi "técnica", mas muitos acreditam que a exclusão está relacionada ao episódio ocorrido na final da Copa do Mundo, quando ela foi beijada à força por Luis Rubiales, então presidente da federação espanhola. O caso gerou repercussão mundial e resultou na condenação de Rubiales. Hermoso respondeu com ironia, dizendo que a seleção “provavelmente pode se tornar campeã da Europa sozinha”.
Apesar disso, o elenco espanhol conta com grande profundidade e qualidade técnica. Apenas 11 campeãs mundiais foram convocadas, mas jovens como Clàudia Pina, que brilhou na vitória contra a Inglaterra, estão prontas para assumir protagonismo. A equipe quer apagar a derrota do Barcelona na final da Liga dos Campeões contra o Arsenal e fazer história ao tentar ser a primeira seleção a conquistar simultaneamente o Mundial e a Eurocopa.
Inglaterra e Alemanha, duas das potências tradicionais do futebol europeu, também estão na disputa, mas enfrentam desafios. As inglesas terão que lidar com as aposentadorias de Mary Earps e Fran Kirby, além da ausência por lesão de Millie Bright — três pilares do título europeu de 2022. O grupo da Inglaterra inclui França, País de Gales e Países Baixos, o que aumenta o grau de dificuldade. A técnica Sarina Wiegman, no entanto, mantém a calma: “Não parece uma crise de forma alguma”.
A Alemanha, maior campeã da história da Euro feminina com oito títulos, também sofreu uma baixa importante: Alexandra Popp ficará fora pela primeira vez desde 2010. Ainda assim, a equipe segue invicta em 2025 e aposta em Lea Schüller, atacante do Bayern de Munique com 52 gols em 75 jogos, incluindo cinco gols em seis partidas da Liga das Nações.
Com o torneio prestes a começar, a Espanha surge como o time a ser batido, unindo talento, ambição e fome de um título continental inédito. Se conseguir superar os obstáculos internos e os rivais tradicionais, La Roja pode escrever um novo capítulo dourado na história do futebol feminino.
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