A Nigéria superou uma série de desafios para garantir sua vaga na final, entregando uma atuação magistral na prorrogação que selou a vitória por 4–1 sobre o Gabão nesta quinta-feira, em Rabat, capital administrativa de Marrocos.
Por grande parte da semifinal, o duelo fez jus ao apelido de “Rumble em Rabat”. Mas os tricampeões africanos — em busca de sua sétima participação em Copas do Mundo — assumiram o controle total no tempo extra, obrigando o Gabão a esperar pelo menos mais quatro anos pela chance de disputar seu primeiro Mundial.
Desde o início, ambas as equipes demonstraram enorme determinação no impecável gramado do Complexo Esportivo Prince Moulay El Hassan. A Nigéria criou duas chances claras nos primeiros quatro minutos: Wilfred Ndidi, capitão interino, mandou uma cobrança de falta por cima do travessão, enquanto Akor Adams não conseguiu superar o goleiro Loyce Mbaba dentro da área.
Aos 11 minutos, Alex Iwobi — celebrando sua 90ª partida pela seleção — viu seu chute subir demais. Quatro minutos depois, Mbaba e seus defensores bloquearam mais um ataque nigeriano liderado por Bright Osayi-Samuel.
Victor Osimhen ficou muito perto de marcar três vezes em apenas cinco minutos. O atacante do Napoli até acreditou ter aberto o placar, mas após consulta ao VAR, o árbitro determinou que sua cabeçada não havia cruzado completamente a linha.
A intensidade aumentou no segundo tempo, com o Gabão adotando uma postura mais agressiva, transformando a partida numa batalha tática. O árbitro Tom Abongile chegou a revisar um possível pênalti após reclamações gabonesas, mas mandou o jogo seguir.
A Nigéria finalmente quebrou o empate aos 78 minutos. Adams interceptou um passe recuado ruim de Aaron Ondele, driblou Mbaba com frieza e empurrou a bola para a rede.
O Gabão, porém, empatou antes do apito final. Mario Lemina aproveitou um desvio de cabeça de Osayi-Samuel e finalizou com força, vencendo o goleiro Stanley Nwabali aos 89 minutos e fazendo 1–1.
Osimhen teve uma chance de ouro nos acréscimos após passe de Moses Simon, mas seu chute saiu rente à trave.
Longe de perder ritmo, os Super Eagles voltaram ainda mais fortes na prorrogação. Sete minutos após o reinício, Ndidi avançou pelo meio e encontrou Chidera Ejuke, que finalizou com categoria para recolocar a Nigéria em vantagem.
Dois minutos depois, o jogo ficou praticamente decidido. O defensor Benjamin Fredericks avançou e deu um passe preciso para Osimhen, que marcou seu 30º gol pela seleção em 45 partidas.
Cinco minutos após o início do segundo tempo da prorrogação, Osimhen produziu um momento de genialidade — dominou a bola no peito, driblou dois defensores e finalizou com tranquilidade para fazer 4–1. O Melhor Jogador Africano de 2023 chegou assim a 31 gols em 45 jogos, ficando a apenas seis do maior artilheiro da história da Nigéria, Rashidi Yekini.
Ndidi ainda quase marcou o quinto gol no fim, mas Mbaba desviou seu chute forte para escanteio.
Os Super Eagles agora enfrentarão, no domingo, o vencedor da semifinal entre Camarões e República Democrática do Congo, no mesmo estádio.
O presidente da Federação Nigeriana de Futebol (NFF), Ibrahim Musa Gusau, elogiou a atuação da equipe:
“Estamos satisfeitos com o resultado. Os jogadores corresponderam ao desafio e deixaram a Nigéria orgulhosa com uma performance sólida. Não há dúvida de que possuem a força, a garra e a mentalidade vencedora para derrotar qualquer adversário na final de domingo.”
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