Tradicionalmente, a Copa do Mundo de Clubes é celebrada por destacar a paixão e o talento dos clubes sul-americanos e africanos, lembrando que o futebol de elite floresce além da Europa. No entanto, à medida que o torneio avança para suas fases decisivas, surge uma nova narrativa fascinante: o renascimento do Manchester City de Pep Guardiola.
Após conquistar seis títulos da Premier League nas últimas oito temporadas e levantar o troféu da Liga dos Campeões em 2023, o City se consolidou como sinônimo de domínio doméstico. Ainda assim, a temporada mais recente terminou de forma decepcionante, com a equipe ficando 13 pontos atrás do Liverpool — um sinal de que a era dourada poderia estar perdendo fôlego.
Guardiola, amplamente considerado um dos maiores estrategistas do futebol, reagiu com ousadia: em vez de recuar, reconstruiu o elenco e ajustou sua filosofia. O resultado? Uma vitória expressiva por 5 a 2 sobre a Juventus, indicando que a retomada está bem encaminhada.
O técnico catalão se mostrou satisfeito com a resposta dos jogadores, ressaltando a importância de manter os padrões que definiram a última década do clube. Embora muitos destaquem as contratações certeiras — como Tijjani Reijnders, Rayan Cherki e Rayan Aït-Nouri —, a transformação vai além dos novos nomes: há uma clara evolução no modelo de jogo.
Contra a Juventus, o City apresentou um estilo dinâmico e ofensivo pelas laterais, com os laterais Matheus Nunes e Aït-Nouri avançando para apoiar os pontas. A estratégia criou superioridade numérica pelos lados do campo, algo que os italianos não conseguiram neutralizar.
Desde a chegada de Erling Haaland em 2022, a equipe adotou um estilo mais direto, enriquecendo seu ataque. As bolas longas, sobretudo nas reposições precisas de Ederson, trouxeram uma nova dimensão ao jogo. Guardiola elogiou a visão e a execução do goleiro, destacando essa mudança estratégica.
Apesar das especulações sobre o declínio do estilo "Pepball" — a filosofia de posse e controle de jogo —, os princípios continuam vivos. Eles estão, no entanto, sendo refinados para atender às exigências do futebol moderno: mais velocidade, versatilidade e intensidade na pressão, em linha com o sucesso tático visto no PSG de Luis Enrique na Liga dos Campeões.
Enquanto os amistosos de pré-temporada servem para experimentações, a Copa do Mundo de Clubes oferece um ambiente competitivo real para testar essa nova fase do City. O próximo desafio será contra o Al-Hilal da Arábia Saudita, comandado por Simone Inzaghi e reforçado por nomes de peso como João Cancelo, Kalidou Koulibaly e Ruben Neves. Invicto em um grupo difícil, o Al-Hilal buscará frear o City — assim como tentou a Juventus —, mas isso será uma missão árdua.
Com confiança renovada e um plano estratégico bem definido, o Manchester City não está apenas em busca de troféus — está fazendo uma declaração. A reconstrução de Guardiola é mais que uma resposta à adversidade: é um projeto ambicioso de excelência sustentável para a próxima fase de sua dinastia no futebol.
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