Dois anos após a dolorosa derrota na final do Mundial, as Lionesses voltam a ter a chance de conquistar a glória contra as campeãs mundiais. A vitória da Espanha na prorrogação contra a Alemanha garantiu um emocionante reencontro com a Inglaterra na decisão do torneio europeu, marcada para este domingo.
Naquela final de 2023, ambas as seleções já eram consideradas as melhores do mundo — e esse status permanece. São, hoje, as duas principais forças da Europa, prontas para mais um duelo inesquecível. Ellen White, ex-atacante e campeã da Euro 2022 com a Inglaterra, comentou: “É um jogo único… No melhor dia da Inglaterra, elas podem vencer qualquer uma; no melhor dia da Espanha, elas também podem vencer qualquer uma.”
A Espanha busca completar a tríplice coroa — Mundial 2023, Liga das Nações 2024 e agora a Euro. A Inglaterra, por sua vez, quer defender seu título europeu e ampliar sua história vitoriosa. A ex-capitã Steph Houghton acredita no potencial da equipe inglesa: “Com o elenco que temos, não há razão para não vencermos a Espanha.”
Recordações dolorosas e nova esperança
Em 2023, a Inglaterra chegou à final da Copa do Mundo embalada pelo título da Euro anterior. Mas um erro de Lucy Bronze resultou no gol de Olga Carmona, que garantiu a vitória espanhola por 1 a 0 em Sydney, frustrando o sonho inglês do título mundial.
Desta vez, o desfecho pode ser diferente. As Lionesses venceram a Espanha em Wembley, em fevereiro, sendo a última equipe a conseguir esse feito. Embora as espanholas tenham vencido o encontro mais recente, em 3 de junho, o retrospecto geral favorece levemente a Inglaterra, com apenas cinco derrotas em 19 confrontos oficiais.
A ex-meio-campista Fara Williams afirmou que a Inglaterra não deve se considerar zebra: “Elas são as campeãs da Europa. A Espanha pode ter vencido o Mundial, mas esse título é da Inglaterra.” Steph Houghton reforça que o elenco atual está renovado e não vive sob a sombra do passado: “É uma nova página, com muitas jogadoras novas.”
Inglaterra reformulada
Apesar de manter algumas titulares, o elenco inglês passou por mudanças importantes no último ano. Sete jogadoras da final de 2023 começaram a semifinal contra a Itália, mas as aposentadorias de Mary Earps e Fran Kirby, além da ausência de Millie Bright, obrigaram a técnica Sarina Wiegman a fazer ajustes.
Novas promessas surgiram, como Michelle Agyemang, que estreou pela seleção neste ano. Para Fara Williams, essa nova geração enfrenta maior pressão: “Espera-se que elas desenvolvam o futebol feminino e conquistem títulos ao mesmo tempo. Em 2022, jogavam com liberdade. Agora, as expectativas são enormes.”
Espanha mantém base com evolução
A estrutura da seleção espanhola permanece estável, agora sob o comando de Montse Tomé, ex-auxiliar de Jorge Vilda. O estilo de jogo segue semelhante, mas Tomé deu sua identidade à equipe.
Aitana Bonmatí, atual vencedora da Bola de Ouro e destaque da semifinal, segue brilhando mesmo após ter enfrentado meningite viral antes do torneio. Alexia Putellas, bicampeã do prêmio, está de volta como titular. Esther González, que não foi usada em 2023, agora é uma das artilheiras da Euro.
A ausência sentida é de Jenni Hermoso, figura central do Mundial de 2023, que não foi convocada. Seu nome ficou marcado após o escândalo envolvendo o ex-presidente da federação espanhola, Luis Rubiales, que a beijou sem consentimento durante a cerimônia de premiação e foi posteriormente condenado por agressão sexual.
Com duas seleções históricas frente a frente mais uma vez, a final da Euro 2025 promete fortes emoções, altíssimo nível técnico e grande simbolismo. Para a Inglaterra, é a chance de redenção. Para a Espanha, de confirmar sua supremacia.
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