A Costa do Marfim chega à Copa das Nações Africanas de 2025 (CAN) com altas expectativas, tentando realizar algo que nenhuma equipe conseguiu nos últimos 15 anos: defender o título continental. Desde o triunfo do Egito sobre o Gana em 2010, sete nações diferentes venceram a CAN em oito edições. A Costa do Marfim, porém, se consolidou como uma força dominante, conquistando o troféu em 2015 após disputa de pênaltis contra Gana e repetindo o feito no ano passado ao superar a Nigéria em uma virada dramática em casa.
Os Elefantes, cuja história na CAN remonta ao primeiro título em 1992, iniciam a defesa do título contra Moçambique em 24 de dezembro no Grupo F. Também enfrentarão o quintuplicado campeão Camarões e o Gabão. O formato do torneio permite que todos os seis primeiros e segundos colocados de cada grupo, juntamente com os quatro melhores terceiros, avancem para as oitavas de final, tornando a progressão da Costa do Marfim para a fase eliminatória um resultado bastante provável.
O treinador Emerse Fae enfrentou críticas sobre suas escolhas de elenco, especialmente pela exclusão do atacante Nicolas Pépé, do Villarreal, e do ponta Simon Adingra, do Sunderland. “Se considerássemos apenas o aspecto esportivo, ele (Pépé) estaria conosco”, explicou Fae, enfatizando que fatores extracampo também influenciaram suas decisões. Sobre Adingra, Fae comentou: “Simon está lutando para conquistar um lugar como titular no Sunderland. Tivemos que abrir mão de suas qualidades ao fazer nossa seleção.”
Por outro lado, o ex-atacante do Crystal Palace, Wilfried Zaha, retorna à seleção nacional após três anos de ausência, depois de uma temporada impressionante na Major League Soccer pelo Charlotte. “Sua capacidade de driblar defensores e sua forma atual foram decisivas a seu favor”, disse Fae, destacando os 10 gols e seis assistências de Zaha nesta temporada como ativos-chave para o ataque da Costa do Marfim.
Fae tornou-se herói nacional após levar a Costa do Marfim ao título da CAN no ano passado. Inicialmente assistente de Jean-Louis Gasset, assumiu o comando total após a demissão do técnico francês durante a fase de grupos. Apesar de a equipe ter terminado como um dos terceiros colocados mais fracos, os Elefantes venceram Senegal, Mali, República Democrática do Congo e Nigéria para conquistar o troféu, tornando-se a primeira equipe a perder duas partidas de grupo e ainda assim vencer o torneio.
O Camarões é amplamente considerado a maior ameaça do Grupo F, enquanto as vulnerabilidades defensivas do Gabão e o histórico de Moçambique — que nunca venceu uma partida da CAN em 15 participações — os tornam adversários menos temíveis. Mudanças recentes na comissão técnica de Camarões, incluindo a demissão do treinador belga Marc Brys pelo presidente reeleito da federação Samuel Eto’o, indicam uma nova atenção para os Leões Indomáveis. A estrela gabonesa Pierre-Emerick Aubameyang descreveu o grupo como um “grupo da morte”, enfatizando que superá-lo indicaria verdadeiro potencial de campeonato.
A campanha da Costa do Marfim também contará com veteranos notáveis, incluindo o meia moçambicano Elias “Domingues” Pelembe, de 42 anos, que pode se tornar o segundo jogador mais velho a participar de uma CAN, depois do goleiro egípcio Essam El Hadary.
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