O clube vive uma temporada espetacular, perseguindo um feito histórico mesmo com uma defesa que parece ter sido montada pelo acaso. Na vitória recente por 4 a 1 sobre o Trabzonspor na final da Youth Champions League, o Barcelona não apenas quebrou recordes, como também reafirmou a profundidade de seu talento jovem.
Embora o ataque continue a impressionar, é a linha defensiva pouco ortodoxa — e muitas vezes ridicularizada — que tem sido essencial na trajetória vitoriosa do time. Essa linha é composta por veteranos experientes, jovens frequentemente lesionados e um goleiro que saiu da aposentadoria para atender a um chamado de emergência.
No centro desse sucesso defensivo inesperado está Wojciech Szczęsny. O goleiro polonês, que havia se aposentado aos 34 anos, foi chamado após a lesão de Marc-André ter Stegen. Inicialmente visto como uma solução temporária, Szczęsny se firmou no time, oferecendo a estabilidade e a calma de que o grupo precisava.
Mesmo com a recuperação de ter Stegen, o técnico Hansi Flick confiou a Szczęsny a reta final da campanha europeia, destacando sua experiência e compostura. Ainda não se sabe se ele permanecerá na próxima temporada, mas, por ora, é peça-chave no sucesso improvável do clube.
A defesa também conta com Pau Cubarsí, um jovem de 18 anos que demonstra maturidade além da idade. Formado em La Masia, tornou-se símbolo de disciplina e confiança, cometendo poucos erros e liderando com serenidade.
Ao seu lado está Iñigo Martínez, que chegou ao clube aos 32 anos após anos de especulações. Subestimado por muitos, ele assumiu papéis importantes e conquistou a confiança da equipe, superando até Ronald Araújo, que pode ser vendido por um alto valor no próximo verão.
Alejandro Baldé, outra joia de La Masia, tem enfrentado lesões constantes, mas permanece fundamental quando está em condições de jogar. Com 10 assistências na temporada, sua velocidade e técnica são insubstituíveis, embora Gerard Martin tenha assumido a posição durante suas ausências.
Jules Koundé também se destacou nesta temporada, apesar de problemas disciplinares no início. Zagueiro de origem, adaptou-se à lateral, contribuindo tanto na defesa quanto no ataque — inclusive marcando o gol do título na final da copa.
No fim das contas, o que torna essa defesa do Barcelona especial não é a perfeição, mas a sua imprevisibilidade e resiliência. A aposta de Flick nessa formação improvisada tem dado certo, com cada jogador contribuindo de forma única para o progresso da equipe.
Se essa fórmula incomum vai levar ao tão sonhado triplete ainda é incerto, mas já proporcionou uma temporada cheia de emoção, surpresas e a prova de que até as peças mais improváveis podem formar uma obra-prima.
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