Com apenas doze meses restantes para o início da maior competição de futebol do mundo, os Estados Unidos parecem estar longe de prontos para sediar o torneio. Problemas estruturais, entraves burocráticos e falhas organizacionais ameaçam ofuscar o evento. A FIFA e os organizadores correm contra o tempo para lidar com as crescentes preocupações. Desde filas para vistos até aeroportos sobrecarregados, os obstáculos logísticos são expressivos — e o tempo para resolvê-los está se esgotando.
Um dos principais problemas está relacionado à política de imigração dos EUA, especialmente para equipes e torcedores de países que exigem visto. O Irã, já classificado, e o Haiti, ainda na disputa, enfrentam restrições de entrada. Embora existam exceções para atletas e oficiais, a instabilidade política torna a situação incerta. Além disso, torcedores de potências do futebol como Argentina, Brasil e México lidam com prazos de até 700 dias para obter um visto. Sem ações urgentes, muitos fãs podem perder o torneio.
A recente Copa do Mundo de Clubes, vista como teste preliminar, aumentou ainda mais as preocupações. Apesar da participação de astros como Lionel Messi, as vendas de ingressos foram fracas, obrigando a FIFA a reduzir os preços. Isso levanta dúvidas sobre acessibilidade e engajamento do público para 2026. Enquanto isso, estádios como o MetLife, em Nova Jersey — sede da final — ainda passam por reformas. A despreparação vai além das arenas: aeroportos ultrapassados e falta de funcionários na imigração prometem atrasos caóticos para os visitantes.
Transporte e controle de fronteiras representam mais desafios. O sistema turístico dos EUA, já pressionado em condições normais, pode colapsar com a chegada de milhões de pessoas. Atrasos tecnológicos, escassez de mão de obra e projetos ineficientes nos aeroportos podem gerar filas intermináveis nos controles de segurança e imigração. Para complicar, o torneio será realizado em três países — EUA, Canadá e México — exigindo deslocamentos transfronteiriços eficientes, apesar das tensões políticas crescentes.
Especialistas alertam que, sem intervenções imediatas, a Copa do Mundo de 2026 poderá se transformar em um desastre logístico. A Associação de Viagens dos EUA estima entre seis e oito milhões de turistas, o que pode sobrecarregar ainda mais um sistema já frágil. Embora os EUA tenham enfrentado grandes desafios no passado — como a missão à Lua —, há pouca evidência de um esforço coordenado atualmente. Se atrasos e desorganização dominarem os noticiários, o torneio corre o risco de virar um exemplo de fracasso, e não uma celebração do futebol. O tempo está passando, e o mundo está de olho.
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