As seleções principais femininas da Nigéria e da Zâmbia se enfrentam nesta sexta-feira em um dos duelos mais esperados da história recente da Copa Africana de Nações Feminina (CAN Feminina) 2025.
Nove vezes campeã continental, a Nigéria dominou o futebol feminino africano nas décadas de 2000 e 2010. No entanto, esse domínio tem sido cada vez mais contestado com o crescimento técnico, tático e psicológico de equipes como África do Sul, Marrocos e Zâmbia nos últimos quatro anos.
A África do Sul, atual campeã, venceu a Nigéria na estreia da CAN de 2022 e superou uma Zâmbia aguerrida nas semifinais antes de conquistar o título contra o Marrocos. Naquela mesma edição, a Nigéria foi eliminada nos pênaltis pelo Marrocos após empate de 1-1 no tempo regulamentar e acabou derrotada pela Zâmbia na disputa do terceiro lugar — um resultado surpreendente considerando as vitórias nigerianas por 6-0 em 2014 (Namíbia) e 4-0 em 2018 (Gana).
O cenário do futebol feminino africano está em constante transformação, com seleções como Senegal, Argélia e Mali ganhando destaque. A seleção de Gana, vice-campeã da primeira edição em 1998, retornou às quartas de final após anos de desempenho irregular e continua como uma ameaça.
O embate desta sexta-feira, no Estádio Larbi Zaouli, em Casablanca, promete emoções fortes, com duas seleções ambiciosas buscando a classificação para as semifinais.
Na fase de grupos, diversas jogadoras se destacaram. Pela Nigéria, a capitã Rasheedat Ajibade e a defensora Ashleigh Plumptre foram incluídas na Seleção Ideal da competição, junto com o trio zambiano Lushomo Mweemba, Barbra Banda e Racheal Kundananji. A equipe de destaque também contou com a goleira argelina Chloé N’gazi-Boumrar, as sul-africanas Bambanani Mbane, Fikile Magama e Refiloe Jane, a senegalesa Nguenar Ndiaye e a capitã marroquina Ghizlane Chebbak.
O técnico nigeriano, Justine Madugu, afirmou:
“Temos nossas estratégias; estudamos bem a equipe adversária e sabemos do que são capazes. Vamos trabalhar para neutralizar os pontos fortes delas. Respeitamos a Zâmbia, mas estamos focados e com um plano de jogo claro para o dia da partida.”
A técnica da Zâmbia, Nora Häuptle, comentou:
“Estamos bem preparadas após cinco dias de descanso. Isso nos permitiu recuperar e analisar bem. Para chegar à final e vencer esta competição, é preciso estar pronto para enfrentar e vencer as melhores.”
Essas declarações revelam a dimensão deste confronto, que já é visto como um dos jogos mais marcantes da CAN Feminina 2025.
As Super Falcons também receberam apoio institucional. A Ministra de Estado para Educação, Professora Suwaiba Said Ahmad, e a Ministra da Arte, Cultura, Turismo e Economia Criativa, Hajia Hannatu Musa Musawa, expressaram total apoio à equipe.
O time ainda será reforçado com o retorno da meio-campista Deborah Abiodun, que cumpriu suspensão na última partida contra a Argélia. Esther Okoronkwo pode fazer sua estreia como titular, formando o meio-campo ao lado de Jennifer Echegini, que vem se destacando na competição.
O caminho até a final será duro. Quem vencer entre Nigéria e Zâmbia enfrentará nas semifinais outro desafio enorme: ou a atual campeã África do Sul, ou a seleção senegalesa, que vem surpreendendo.
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