Boxe Mundial Enfrenta Críticas por Política de Testes Genéticos nos Campeonatos

Posted : 06 September 2025

A medida ofuscou a abertura do torneio, já que as cinco pugilistas francesas foram afastadas por não entregarem os resultados dos testes dentro do prazo estipulado. A ministra francesa do Esporte, Marie Barsacq, classificou a decisão como “inadmissível”, enquanto a Federação Francesa de Boxe (FFBoxe) manifestou forte desaprovação.

De a cordo com a BBC, outros sete atletas da República Dominicana, Fiji, Nigéria e Filipinas também ficaram impedidos de competir. A francesa Maelys Richol descreveu sua reação como de “frustração, raiva e decepção”.

A entidade defendeu sua posição alegando que as federações foram notificadas desde maio sobre a regra. No entanto, o secretário-geral interino, Mike McAtee, adotou um tom mais conciliador, reconhecendo que procedimentos médicos desse tipo exigem tempo de adaptação. Ele comparou a situação com a introdução dos testes de HIV e hepatite no esporte: “Há uma curva de aprendizado, mas hoje em dia ninguém questiona mais isso.”

McAtee admitiu que federações com maior capacidade financeira, como GB Boxing, Inglaterra, Escócia e País de Gales, conseguiram se adequar facilmente, enquanto outras com menos recursos enfrentaram dificuldades. Ele sugeriu que no futuro a organização poderá se comunicar diretamente com os atletas para evitar problemas semelhantes.

A exigência está ligada à polêmica dos Jogos Olímpicos de Paris 2023, quando a argelina Imane Khelif e a taiwanesa Lin Yu-ting foram inicialmente banidas pela Associação Internacional de Boxe (IBA) por questões de elegibilidade. O Comitê Olímpico Internacional (COI) interveio e reintegrou as atletas, que conquistaram o ouro apesar das críticas e campanhas de desinformação nas redes sociais.

Nenhuma das duas compete em Liverpool: Lin decidiu não participar por incertezas, mesmo após enviar os resultados, enquanto Khelif levou o caso ao Tribunal Arbitral do Esporte (TAS) para contestar a política.

A nova regra determina que mulheres com mais de 18 anos que competem no boxe realizem um teste genético PCR ou equivalente, em caráter único, para confirmar a elegibilidade na categoria feminina.

Reconhecida provisoriamente pelo COI neste ano após a suspensão da IBA por falhas de governança e ética, a World Boxing tenta recuperar credibilidade. Apesar da polêmica, McAtee demonstrou confiança:

“Somos um esporte antigo em um corpo jovem. Continuaremos a trabalhar todos os dias para acertar.”

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