Gattuso fará sua estreia no comando da Itália na sexta-feira, quando a Azzurra recebe a Estônia em Bérgamo, antes de um confronto politicamente sensível contra Israel em Debrecen, na Hungria. O objetivo é claro: evitar que a Itália fique de fora de um terceiro Mundial consecutivo.
A trajetória italiana nas Eliminatórias começou mal em junho, resultando na demissão de Luciano Spalletti após uma sequência complicada e uma defesa decepcionante do título europeu. Campeão mundial em 2006, mas não primeira opção da federação, Gattuso assume uma equipe já nove pontos atrás da líder Noruega no Grupo I, após apenas duas rodadas — incluindo uma derrota por 3 a 0 diante do time de Erling Haaland.
Somente os líderes de grupo se classificam diretamente para a Copa do Mundo de 2026, que será disputada nos Estados Unidos, Canadá e México. A Itália tem dois jogos a menos que a Noruega, mas o saldo de gols desfavorável torna os playoffs a alternativa mais viável. A Azzurra já fracassou por essa via tanto em 2018 quanto em 2022.
Gattuso pediu que os jogadores resgatem o espírito combativo da Itália: “Não podemos permitir que o medo entre em nossas mentes. Temos que ser fortes e unidos”, declarou. “A história mostra que a Itália nunca faltou em caráter, e isso deve voltar.”
Contudo, sua primeira semana foi marcada por tensão política em torno do duelo contra Israel. Crescem na Itália os pedidos para que Israel seja suspenso do futebol internacional devido à ofensiva em Gaza, onde milhares de civis foram mortos segundo autoridades locais de saúde. Protestos já aconteceram em Veneza, e partidas futuras, como a de outubro em Údine, devem contar com forte aparato de segurança.
Gattuso, que se definiu como “um homem de paz”, disse esperar uma solução que permita ao futebol ser jogado sem divisões: “Parte meu coração ver civis e crianças sofrendo. Faremos o nosso dever, mas espero que a paz seja alcançada.”
Enquanto isso, na América do Sul, Lionel Messi se prepara para o que confirmou ser sua última partida de Eliminatórias com a Argentina. O capitão de 38 anos liderará os campeões mundiais no Estádio Monumental, em Buenos Aires, contra a Venezuela nesta quinta-feira, com sua família presente.
“Vai ser muito especial para mim porque será minha última Eliminatória”, disse Messi. “Não sei se jogarei amistosos ou outros jogos depois disso, mas este é diferente.”
A Argentina já garantiu vaga na Copa do Mundo de 2026, liderando a classificação sul-americana com 35 pontos. Equador e Brasil também estão classificados, enquanto Uruguai, Paraguai, Colômbia e Venezuela ainda disputam as últimas vagas automáticas, prometendo um final emocionante.
O renascimento do Equador é uma das grandes histórias da campanha, superando uma punição de menos três pontos para conquistar sua vaga. Já o Brasil teve uma caminhada turbulenta, marcada por mudanças no comando e uma derrota por 4 a 1 para a Argentina antes da estreia de Carlo Ancelotti contra o Equador. A Colômbia obteve uma vitória histórica sobre os brasileiros, enquanto o Uruguai se despediu recentemente de Luis Suárez, que anunciou aposentadoria da seleção.
A penúltima rodada terá duelos decisivos: Argentina x Venezuela, Paraguai x Equador, Uruguai x Peru, Colômbia x Bolívia e Brasil x Chile. Caso tudo não esteja decidido, a última rodada em 9 de setembro definirá os últimos classificados para o torneio do próximo verão na América do Norte.
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